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Emília Corrêa: “Racismo, mercado de trabalho e adversidades” é tema de Audiência Pública

Emília Corrêa: “Racismo, mercado de trabalho e adversidades” é tema de Audiência Pública

 

Apesar de os negros serem a maioria da população brasileira, isso não se reflete no mercado de trabalho e, mais ainda, em cargos de chefia. Essa realidade motivada pelo racismo estrutural foi pauta de uma Audiência Pública proposta pela Emília Corrêa (Patriota) no Legislativo Municipal e teve como tema: “Racismo, mercado de trabalho e adversidades”. O evento que contou com a participação de autoridades locais e nacionais (por meio de vídeos) teve como objetivo debater e compreender todas as motivações que estão por trás desse cenário, na busca de equidade racial e garantia de direitos no mercado de trabalho.

Em discurso, Emília Corrêa disse que essa discriminação pode ser exemplificada por um conjunto de práticas, hábitos e costumes arraigados em nossa sociedade e que tudo isso precisa ser combatido. “Estamos em 2022 e ainda vivenciamos situações desse tipo. Esse racismo segrega, discrimina, sobrepõe um grupo sobre outro. É perverso. Os negros enfrentam, indiscutivelmente, mais dificuldades na progressão de carreira, na igualdade de salários e são os mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente de trabalho. Tudo porque lutam pelo básico: espaço no mercado de trabalho. Devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para tentar reverter essa realidade”, afirmou a autora da propositura.

Ciente de que o racismo estrutural também têm resquícios de um fato histórico, Dra. Carla Caroline de Oliveira Silva, Defensora Pública do Estado de Sergipe, ressaltou a importância de dar visibilidade aos negros nos dias atuais. “Precisamos falar sobre o hoje. Sou fruto da transcendência e quero deixar algo para as futuras gerações. Essa Audiência Pública representa esse dever. Esse lugar de visibilidade. É muito fácil jogar estatísticas, mas não explicar o que isso representa na realidade na vida dos negros. As causas. Tudo isso é fruto de uma discriminação que está enraizada em nossa sociedade”, declarou.

Quando falamos de racismo, mercado de trabalho e adversidades, é preciso lembrar que os negros não são os únicos afetados. Os descendentes dos povos originários também sofrem com essa realidade há séculos, excluídos dos principais espaços da sociedade, como destaca Luciene Reis, do Merc’Afro. Segundo ela, “Aracaju, cuja palavra de origem tupi significa cajueiro dos papagaios, ao deixar de ser um povoado, antes de ser elevada à categoria de município, tinha compreendestes os povos tupi de origem tupinambá. E eu pergunto a vocês: onde estão eles na atualidade? Quantos são vereadores, empresários ou fazem parte da vida política e econômica do estado? Racismo se combate com ações concretas e essas começam com as pessoas que você contrata para compor sua equipe. Começa por como você entende a construção social do país”, argumentou.

O mesmo ponto de vista tem o Dr. Carlos César do Nascimento Zuzart, membro da OAB/SE, que reforçou a luta incansável dos negros, em todos os aspectos, e a necessidade de ações que envolvam essas pessoas. “Todas as iniciativas que envolvam os negros são importantes. Sabemos dessa luta. É constante. Em todos os âmbitos. Pautas, assim, servem para mostrar e colocar os negros nos locais onde eles merecem, de direito. Passamos 300 anos sendo escravisados. O que sofremos hoje, na pele, ainda é reflexo do passado, pontuou.

Ascom: Texto e foto

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